Sobre C e E.

Você disse “Oi”; eu respondi.

Você não tinha mais cigarros; eu ofereci.

Você queria andar; corremos.

Você queria beijar; eu também.

Você tinha medo; eu não.

Você tinha algo; eu não tinha ninguém.

Você me beijou. Você me beijou.

Eu queria beijar; você não sabia mais.

Eu queria correr, você fugiu.

Eu tinha você; você não queria nada.

Eu disse “Oi”; você disse “Adeus”.

Eu tenho tantos cigarros; você nem fuma mais.

Queria que você ligasse; você não ligou.

Queria que você falasse; você se calou.

Queria que o tempo passasse; você voou.

A: Vamos nos encontrar?

B: Já nos encontramos. Inclusive, já nos perdemos.

A: Vamos tentar!

B: Já tentamos, mais de uma vez. Vamos parar por aqui?

A: Estamos parados há muito tempo.

B: Então, vamos deixar tudo como está.

A: Não podemos. Já mudamos tudo.

B: Vamos fazer o quê?

A: Não sei, me liga.

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Rodrigo Tavares

Momento suicida.

Não quero transformar meu coração em uma pedra. Meus punhos já contaminados espalham a raiva que consumo, faço então o sacrifício. Seria horrível contar com detalhes o acontecido, lhe pouparei disso, entretanto, preciso que saiba, usei as minhas próprias mãos para tirar o que ainda sobrava de puro em mim.

Deitado no chão, não porque eu quero, mas porque não consigo fazer outra coisa, fico sentindo o meu corpo esfriar, minhas unhas sujas com o próprio sangue e por fim meus olhos começam a fechar, deixando o quarto tranqüilo e silencioso.

Agora, deixo meu nome conhecido por alguns como suicida, para você como um acaso e para muitos como um grande idiota.

Não importa mais o que você irá escrever, não irei mais ler. Não me interessa mais o que irá sentir, já não estarei mais aqui. Não faz sentido você chorar, sabe que fiz isso por amor.

E tudo foi pros ares!

Odeio quando isso acontece. Sempre busco minha inspiração nas músicas em que ouço, e como eu digo, simplesmente vem algumas palavras que dão inicio a mais um texto. Mas hoje eu estava no ônibus ouvindo Vivendo do Ócio e veio um bom inicio, só que eu estava sem um papel e o celular sem bateria, acabei não gravando os pensamentos. Agora me perco procurando qual era a música para que com ela busque novamente a minha inspiração.

- Alguns minutos depois -

Ouvi, re-ouvi e re-re-ouvi! Finalizando que o momento, se não aproveitando, passa sem deixar rastros. Triste isso!

Como diz uma música do Lebra: "O tempo passa tão depressa, tenho que escrever essas palavras pra você, antes que tudo vá pros ares, e vire nada em minhas mãos [...]". E tudo foi pros ares!